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30 e 31 de Maio de 2014

Galeria de fotos - 1º Congresso Fitmetal

Militantes homenageados

Durante o 1º Congresso da Fitmetal, a Federação prestou uma homenagem a companheiros e instituições que militaram na luta contra a ditadura militar e pela democratização do Brasil. Confira a seguir:

 

 

José João Ribeiro

 

   O metalúrgico José João Ribeiro, 68 anos, teve os primeiros contatos com o movimento sindical, participando das atividades organizadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem. Em 1971, se associou ao Sindicato e passou a participar com mais frequência das reuniões, assembleias e movimentos promovidos pela entidade. Na década de 1970, foi eleito presidente da Associação Comunitária dos Moradores do Bairro Industrial. Na mesma época, passou a militar no Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Na década de 1970, José João participava “clandestinamente” das reuniões do Partido Comunista e teve que tomar muito cuidado durante as panfletagens nas portarias das fábricas. Participou da primeira greve realizada na categoria, ocorrida em 23 de outubro de 1978. Após 11 anos de trabalho na SBE, José João deixou a empresa e ingressou na Fiat Automóveis, em 1980. Em 1981, filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos de Betim. Sua presença constante e firme nas atividades realizadas pelo Sindicato chamaram a atenção dos trabalhadores que, mais tarde, criaram a chapa Garra Metalúrgica, e logo ele se juntou ao grupo.

 

José Vicente

 

Quando jovem, interessou-se pelo marxismo e pelo lenilismo e começou a estudar o assunto mais profundamente. Participou das primeiras manifestações que originaram a criação do PT e filiou-se ao partido. Sempre atuante social e politicamente, participando e dirigindo associação de moradores, movimento forte, que aglutinava várias pessoas. Como metalúrgico, participava dos movimentos na Mannesmann e acabou tornando-se dirigente sindical. Em 1985, liderou o movimento de greve. Em 1990 filiou-se ao PCdoB. A partir daí sua militância política intensificou-se. 

 

José Vieira

 

José Antônio Vieira, ou como é conhecido pelos companheiros e companheiras, Zé Vieira, construiu uma forte trajetória entre os metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem. Começou a trabalhar aos 16 anos de idade. Durante a ditadura militar enfrentou a violenta repressão sobre os grevistas, sindicatos sob intervenção e demissões, sempre envolvido num trabalho de base e de reforço da sindicalização seja na ESAB, na Belgo ou na Mannesmann, onde foi operário. 

 

Maurício Ramos

 

Maurício de Mendonça Ramos, o Mauricinho, trabalhador de estaleiro, encanador naval na década de 1980, foi dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e da Federação dos Metalúrgicos do Estado do Rio de Janeiro. Trabalhou no Estaleiro Mauá. Militante e dirigente comunista, foi demitido por organizar a greve da Itapoã, empreiteira que atuava no Estaleiro Caneco. Deslocado para o Rio a partir dos anos 1990, é diretor e presidiu o SINDIMETALRIO de 2002 até 2008 e foi fundador e primeiro presidente da CTB no RJ (2010 – 2013).

 

Renato Artur

 

Renato Artur Nascimento iniciou sua vida sindical nos meados dos anos 1980, quando as ações políticas e partidárias ainda eram clandestinas. Quando trabalhava na fábrica Standard Eletrônica, ingressou no PCdoB. Integrou e organizou a oposição sindical que derrotou a chapa pelega mesmo com fraude eleitoral. Foi da direção do Sindimetal/Rio por dois mandatos, de 1987 a 1993. Fundador da Corrente Sindical Classista, em 1988, e da Garra Metalúrgica, que contribuiu na edificação dos comunistas em um dos mais importantes sindicatos dos operários do Brasil, os Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1917.

 

João Batista Lemos

 

João Batista Lemos começou a militar aos 15 anos, no movimento secundarista. Em 1980, o metalúrgico foi orientado a morar longe da fábrica da Volks. Não era diretor, atuava somente na base, porém, mesmo assim, era o segundo nome em uma lista de 30 ativistas sindicais entregue pela empresa ao DOPS. Com isso, foi demitido da Volks e empregou-se na Mercedez. A direção da empresa descobriu suas atividades políticas e foi novamente demitido. Depois disso, não conseguiu mais emprego na região do ABC. Hoje é presidente do PCdoB no estado do RJ. 

Joel Batista

 

Trabalhou em 18 fábricas. O primeiro registro em carteira foi na metalúrgica Osram do Brasil, em Osasco, onde ficou sócio do sindicato aos quinze anos de idade, no ano de 1970. Na empresa Rhodia, na Lapa, durante a campanha salarial de 1978 liderou uma greve que durou quatro dias dentro da empresa. Após o final da greve, foi demitido sem maiores explicações. Em 1979, também na categoria dos metalúrgicos de São Paulo, houve greve geral de 11 dias fora das empresas, e Joel foi preso ao fazer piquetes. Em 1981, na Brazaço-Mapri foi eleito vice-presidente da CIPA, mas foi demitido por “justa causa” por defender os operários que preparavam uma greve contra as demissões. Em 1983, trabalhando como ferramenteiro, foi demitido por “justa causa” sob a alegação de “defender e veicular ideias contrárias ao regime social vigente”.

Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro

 

A reação que atingiu o presidente João Goulart no início da década de 1960 para impedir as reformas de base tão necessárias e reclamadas pelo povo brasileiro, também se fez presente no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, entidade fundada em 1º de maio de 1917 – o mais antigo sindicato de metalúrgicos do país, e que completou recentemente 97 anos. Uma Casa, que cumprindo seu dever histórico, sempre foi palco de importantes debates políticos nacionais. Sempre esteve aberta para contribuir na organização do nosso povo e para a construção de um Brasil melhor.

Não é por acaso que, às vésperas do golpe, era no Sindimetal-Rio que estavam reunidos os marinheiros que desejavam criar uma associação que defendesse seus direitos. Uma reunião que serviu ainda por precipitar o golpe já planejado. Ainda na véspera do golpe, há testemunhos de que a região já estava cercada, temendo qualquer iniciativa em defesa da democracia.

Dentro desta Casa funcionou o Inquérito Policial Militar (IPM), então caso único no Brasil ditatorial. Que, aliás, não era novidade para os metalúrgicos, pois estes já haviam sofrido com a intervenção do então presidente, Eurico Gaspar Dutra, no final da década de 40.

Apesar de toda reação, toda repressão, demissões, mortes, torturas e desaparecimentos, os metalúrgicos souberam honrar a força da classe operária, classe essa que resistiu duramente aos desmandos da ditadura, muitas vezes pagando com a própria vida

Sindicato dos Metalúrgico do Estado da Bahia

 

Nas primeiras décadas do século xx, o processo industrial na Bahia engatinhava. Basicamente a economia era agrícola, com destaque para a indústria de alimentos e têxtil. Foi nesse cenário, de poucas empresas e precária organização sindical, que um grupo de funileiros, latoeiros, mecânicos e trabalhadores de outros setores fundou, em 30 de abril de 1919, a Sociedade União dos Artífices Metalúrgicos. Criada em sua maioria por trabalhadores da companhia de navegação Baiana, a entidade nasce destinada a trilhar muitos desafios, a começar pela sua organização.

Com o aumento das tensões políticas no país, em 31 de março de 1964 os militares dão um golpe de Estado, em um momento tenebroso da história recente do país. A partir daí tem inicio uma verdadeira caçada aos sindicatos e seus líderes. O Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia foi invadido, saqueado e teve boa parte da sua documentação destruída.

João dos Passos foi preso ainda na sede do Sindicato pelos militares. Quem assumiu a direção da entidade foi Manoel dos Santos, que era ajudante de batedor de prego, na Fabrica de Pregos Roma, serviu aos interesses do regime durante 18 anos (sempre reeleito com chapa única), em um período marcado pela censura, violência, perseguição e enfraquecimento de todo o movimento sindical.

Como a organização operária era muito difícil, face a violência dos patrões e da policia, os metalúrgicos começaram organizar clandestinamente os comitês de funcionários, seja no horário do almoço ou na casa de um dos trabalhadores. O movimento provocou o surgimento de comitês em varias fabricas como aconteceu nas empresas Equipetrol, Cesmel e Bosch.

Apesar de clandestinos, os comitês foram responsáveis pelas frentes de lutas dos metalúrgicos, conquistando a adesão de mais trabalhadores insatisfeitos com a condução do Sindicato e das condições de trabalho nas fábricas. Afinal Manoel Santos, o interventor, falava a língua dos patrões. 

Sebastião Pereira da Silva

 

Sebastião Pereira da Silva tem 27 anos na base metalúrgica, principalmente trabalhando na GM. Sempre militou em partido e centrais de esquerda. Foi da CIPA durante 20 anos em defesa do trabalhador. Participou de cinco eleições de oposição na base metalúrgica e de vários protestos e greves em defesa dos direitos dos trabalhadores em São José dos Campos, São Paulo e em Brasília. Participou também da greve de 1985 na GM, quando vários companheiros foram demitidos e violentamente reprimidos. 

Roque Assunção da Cruz

 

Herdou a militância política de seus pais. Desde os 12 anos de idade militou no Partido Comunista do Brasil e, até hoje, atua na luta sindical dos trabalhadores metalúrgicos. Liderou diversas greves no estado da Bahia e, por sua atuação política social, além de ter sido demitido várias vezes, também foi preso diversas vezes. Em 1982, na prisão, sofreu espancamento, queimadura nas costas, feitas por cigarro, pancadas na cabeça que até hoje surtem efeitos, pancadas na região abdominal que o levaram a adquirir uma lesão no estômago e ainda foi humilhado por ser negro. Após sair da cadeia, foi eleito delegado sindical de base indicado em assembleia da categoria pela oposição sindical metalúrgica, bem como para a comissão de negociação da convenção coletiva do trabalho. Liderou a greve de quarenta dias dos trabalhadores das empresas de elevadores no Estado da Bahia. Em 1990, liderou a greve dos trabalhadores da Central de Manutenção do Polo Petroquímico de Camaçari no Estado da Bahia. De 1991 a 1994, foi eleito presidente do STIMM Bahia; desenvolveu a luta na categoria no combate ao racismo, por saúde, segurança e meio ambiente sadio. Foi eleito duas vezes Secretário de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT e vice-presidente da entidade. Hoje é aposentado e anistiado político. É advogado, poeta, bacharel em filosofia, teologia, especializado em economia do trabalho, e ciências políticas, doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Del Museo Social Argentino.

Leonor Souza Poço

 

Leonor Souza Poço, a dona Leonor, veio de de uma família operária e participou ativamente da luta contra a carestia. Sempre incentivou os filhos na luta contra as injustiças, como sua filha Lúcia Poço (in memória), dirigente do PcdoB, Maria da Penha, Maria Leonor, militantes do PCdoB e Gregório Poço, também dirigente do PCdoB. Dona Leonor, contribuiu nessa grande e importante jornada de lutas contra a ditadura Militar e pela democratização do Brasil.

Irma Batistuzzo de Toledo

 

Dona Irma é esposa do ex-militante e dirigente da Ação Popular, Antonio Ferraz de Toledo, metalúrgico que militou em Santo André (SP) de 1963 a 1972. Irma cuidou de quatro filhos, contribuiu decididamente para a segurança da família, esteve ao lodo do marido por todos esses anos de dura clandestinidade, fugiu de casa várias vezes com toda a família, e nunca nesses anos, se intimidou ou vacilou perante as graves ameaças da ditadura militar. Ao lado de seu companheiro e de seus filhos enfrentou de forma audaz esses anos de chumbo. Após a ditadura participou de várias campanhas eleitorais ajudando os candidatos comunistas. Com 77 anos de vida, Dona Irma é uma dessas milhares de mulheres guerreiras e lutadoras, que deu sua contribuição contra a ditadura militar, em defesa da democracia no Brasil.

Moacir Paulino

 

Seu primeiro trabalho foi como metalúrgico, em 1972, em Recife. Dois anos depois foi demitido por comandar uma greve. Começou sua militância política no movimento comunitário, quando filiou-se ao PCdoB. Por sua liderança entre os operários, foi eleito para a direção do Sindmetal Pernambuco. Foi eleito dirigente estadual da CUT por dois mandatos e dirigente da confederação nacional dos metalúrgicos por dois mandatos também. Foi um dos entusiastas da criação da CTB e foi eleitor para a direção da CTB Pernambuco. Tem sido um grande comandante com sua experiência e também um soldado na luta pela constituição de um mundo mais justo e incansável militante na causa do socialismo. 

Pedro Machado Alves

 

Pedro Machado Aves serviu ao exercito em 1960 no 18 RI, quando conheceu pessoas ligadas à organização Jocista (JOC – Juventude Operária Católica), onde tornou-se um dos organizadores. Em 1961 participou da formação da Brigada Metalúrgica em defesa da denominada “Legalidade”, liderada pelo ex-governador Leonel Brizola. Participou da fundação da A.P (Ação Popular). Em março de 1969, conseguiu emprego nas Forjas Taurus (fábrica de armas e munições), No fim de abril deste mesmo ano, foi preso e torturado pelo Exército e agentes do DOPS.

Uriel Villas Boas

 

Uriel Villas Boas começou na militância em 1964 no PCB e no Sindicato dos Metalúrgicos de Santos que, a partir de 1966, começou a atuar fortemente entre os trabalhadores. Em 1969 foi eleito diretor. Foi preso duas vezes, uma em 1964, quando os metalúrgicos ameaçavam entrar em greve, e outra em 1970, intimado a prestar depoimentos no DOPS. Depois das prisões, sofreu intenso assedio moral em sua empresa, sendo preterido em promoções por suas convicções políticas.

Werner Diehl

 

Werner Diehl iniciou sua militância no movimento sindical através das Comissões Internas de Prevenção a Acidentes – CIPA e da sua participação na produção e distribuição do Tribuna Operária, antigo informativo do PCdoB, no início dos anos 80. Organizou também atividades como Panela Vazia, com o intuito de remediar a fome dos trabalhadores desempregados pela crise financeira. Durante 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – CONCLAT, em 1981, apesar dos ricos, concedia entrevistas defendendo a democracia.

Pedro Arlindo Pozenato

 

Em 1980 iniciou no movimento comunitário, primeiro contato com a esquerda. Em 1981, coordenou o movimento contra a carestia. Ingressou no PCdoB em 1979. Organizou abaixo assinado para a primeira Conclat. Em 1990, liderou a primeira greve dos metalúrgicos de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. Sua militância caracteriza-se pela paixão pela luta política e social em defesa da classe trabalhadora e do socialismo. A combatividade e criatividade são marcas de sua militância. Ele quer se aprimorar para contribuir cada vez mais e não tem ambições econômicas nem de status.

Confederação Nacional dos Metalúrgicos – CNM

 

A Confederação é uma entidade orgânica à CUT, que nasceu para representar e organizar nacionalmente os sindicatos do complexo metal-mecânico. É filiada à Federação Internacional dos Trabalhadores na Indústria Metalúrgica (FITIM). Tem projetos de formação de trabalhadores e trabalhadoras empregados e desempregados e nas áreas de Saúde, Previdência Social e Meio Ambiente. Engajou-se formalmente na Campanha à Presidência da República, resolução que contribuiu para que fosse eleito um trabalhador para a Presidência do País: Luiz Inácio Lula da Silva. É ativa em alianças internacionais.

José Avelino Pereira

 

Iniciou a militância no PcdoB, em 1977, em Taubaté. Na época da eleição sindical, os companheiros tinham medo da associação da chapa dos metalúrgicos com o comunismo. Ele defendia que se assumissem como comunistas mesmo! A primeira greve que liderou foi 1982, em Pindaminhangaba, seguida por outros movimentos. Foi preso 10 vezes por sua atuação política e social. E diz que tem orgulho por ter sido preso na luta em defesa aos trabalhadores.

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