top of page

 

30 e 31 de Maio de 2014

Galeria de fotos - 1º Congresso Fitmetal

Campanhas salariais em foco

“Temos que discutir salário mínimo, data base, greves, essa crise de representatividade, para acabar com a desconexão entre a base de trabalhadores e suas direções”, defende Nivaldo Santana.

 

 

 

O secretário sindical do PCdoB e vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, fez uma participação na Assembleia Geral de Ratificação da Fundação Fitmetal com uma explanação sobre o salário no Brasil hoje.

Ele abordou diversos tópicos relevantes para a compreensão do assunto no contexto atual e para o aprofundamento do debate. Acompanhe:

- O principal salário do Brasil é o salário mínimo: 48 milhões de pessoas – incluindo aposentados e pensionistas - têm o rendimento referenciado em um salário mínimo. A política de valorização do salário mínimo foi a maior conquista econômica do povo brasileiro dos últimos 12 anos. O salário mínimo, que hoje é R$ 724,00, foi o maior responsável pela mobilidade social do país teve um aumento real de 72% desde o período inaugurado pelo governo Lula. Porém, de acordo com o Dieese, a partir da definição da Constituição Federal que diz que o salário mínimo deveria ser suficiente para manter uma família com quatro integrantes, o valor ideal hoje seria de R$ 3019,07, bem distante da realidade da maioria dos brasileiros.

- Em relação à campanha salarial, de acordo com dados do Dieese, nos últimos 10 anos, os acordos e convenções coletivas tiveram aumento real. No caso dos metalúrgicos, 90% tiveram aumento real em 2013. Entretanto, a média dos aumentos foi inferior ao crescimento do PIB, o que significa que os ganhos da economia não foram incorporados ao salário, ou seja, a distribuição funcional da renda não foi ampliada.

- Outro fator negativo para o trabalhador no mercado de trabalho hoje é a rotatividade, que é de 35% por ano. Fato que pode ser verificado com o crescente gasto com seguro desemprego, mesmo em um momento em que os índices de desemprego são mínimos.

- A respeito das greves, em 2012 ocorreram 873 no Brasil, no setor público e privado. A quantidade é relativamente baixa e tem uma característica específica. No período FHC, as greves eram mais reativas, em resposta a alguma coisa. Hoje os movimentos de greve são mais individualizados por empresas e não geral, por categoria.

- A partir das grandes mobilizações de junho, o Brasil esta vivendo uma nova realidade nos terrenos das mobilizações. Não há ainda uma análise conclusiva, o que sabemos é que essas grandes mobilizações ocorreram sem direção e sem pauta definida, foram espontâneas, com certa rejeição às instituições e formas tradicionais de organização, questionando as instituições e as entidades representativas. Sem coordenação e sem pauta definida, a mídia tentou assumir a direção, afunilar mais a pauta e dar um sentido político, transformando os atos em oposição ao governo federal, colocando a copa do mundo como um catalisador. Existe uma insatisfação latente. Hoje os movimentos têm liderança, pauta, objetivos mais concretos. Essa efervescência é um momento importante para o movimento sindical trabalhar, pois a crise de representatividade atinge a todos.

- Um fato inusitado, que já ocorrera no período do fim ditadura e início do processo de redemocratização, está acontecendo novamente: grupos de oposição sindical ou paralelos ao sindicato às vezes dirigem assembleias, fazem greve, atropelando o sindicato, movimentos paralelos ao sindicato, como aconteceu no caso dos garis no Rio de Janeiro. Esse é um novo desafio para o movimento sindical. É necessário debater essa nova realidade.

“Temos que discutir salário mínimo, data base, greves, essa crise de representatividade, para acabar com a desconexão entre a base de trabalhadores e suas direções”, concluiu Nivaldo.

 



 

bottom of page